segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

As várias Virgolândias do passado


                              As várias Virgolândias do passado.




Virgolândia é uma cidade com várias histórias. Temos histórias de nossos antepassados, de festas, de política, de jagunços, tocaias, de fantasmas e tantas outras. Mas uma das histórias pouco conhecidas é a diversidade de Virgolândia dentro do próprio município. Algum tempo remoto é de conhecimento de alguns, que os rapazes da roça tinham dificuldade de entrar na cidade, pois os rapazinhos da cidade os corriam, uma maneira de mostrar poder, demarcar território, como fazem os animais; só podiam ficar tranquilos quando acompanhado dos pais que impunham respeito. Até hoje, os chamados da roça tem dificuldades em ambientar-se na cidade. Esta disparidade seguiu dentro da própria cidade, onde a turma do Beiju não dava certo com a turma do centro e com o Vai-volta, o centro por sua vez não recebia bem o povo do Beiju e Vai-volta , que por sua vez viviam as turras  com o centro e Beiju. Curioso foi que quem deu o nome de beiju, foi o Mário do Lino, que morava no chamado centro, onde moravam as pessoas mais ilustres da cidade, tinham os filhos estudados, tinham maior conforto. Quando o Mário do Lino ia visitar algum parente no beiju, ele sempre encontrava as pessoas aglomeradas, em volta de fogo, ou brincando das diversas brincadeiras que hoje não se brinca mais, ou simplesmente jogando conversa fora; ele sempre falava que eles estavam parecendo Beiju ( aglomerado de farinha muito usado pelos índios como alimento), o nome acabou por ficar, e hoje é nome de time de futebol, de bairro e nome de grito de guerra.. A rivalidade era tão forte que o nome do vai-volta era chamado de Croeira pelos Beijuenses, uma maneira de provocação aos conterrâneos, que por sua vez não perdiam a oportunidade de insultar a turma do beiju.
 Mas graças a Deus isto faz parte do passado, vivemos em harmonia, ficando apenas as histórias a ser contadas aos mais jovens, que muitos nem acreditam.
Hoje existe outras Virgolândias , a da política que nunca pensa  na totalidade do povo, as igrejas que cada uma puxa a sardinha para sua brasa , e por ai vamos todos, até tudo acabar e irmos  da mesma maneira , acabar da mesma maneira  e de repente, destinos diferentes.

Um comentário:

  1. Obrigada meu irmão, por trazer até JF, lembranças de minha cidade natal.Só assim para suportar a ausência da família. Beijos.que Deus lhe dê forças para continuar nos dando alegrias com suas história um pouco pitorescas.

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