As várias Virgolândias do
passado.
Virgolândia é uma cidade com várias histórias. Temos histórias de
nossos antepassados, de festas, de política, de jagunços, tocaias, de fantasmas
e tantas outras. Mas uma das histórias pouco conhecidas é a diversidade de Virgolândia dentro do próprio município. Algum tempo remoto é de conhecimento de alguns,
que os rapazes da roça tinham dificuldade de entrar na cidade, pois os
rapazinhos da cidade os corriam, uma maneira de mostrar poder, demarcar
território, como fazem os animais; só podiam ficar tranquilos quando
acompanhado dos pais que impunham respeito. Até hoje, os chamados da roça tem
dificuldades em ambientar-se na cidade. Esta disparidade seguiu dentro da
própria cidade, onde a turma do Beiju não dava certo com a turma do centro e
com o Vai-volta, o centro por sua vez não recebia bem o povo do Beiju e Vai-volta
, que por sua vez viviam as turras com o
centro e Beiju. Curioso foi que quem deu o nome de beiju, foi o Mário do Lino, que
morava no chamado centro, onde moravam as pessoas mais ilustres da cidade,
tinham os filhos estudados, tinham maior conforto. Quando o Mário do Lino ia
visitar algum parente no beiju, ele sempre encontrava as pessoas aglomeradas,
em volta de fogo, ou brincando das diversas brincadeiras que hoje não se brinca
mais, ou simplesmente jogando conversa fora; ele sempre falava que eles estavam
parecendo Beiju ( aglomerado de farinha muito usado pelos índios como alimento),
o nome acabou por ficar, e hoje é nome de time de futebol, de bairro e nome de
grito de guerra.. A rivalidade era tão forte que o nome do vai-volta era
chamado de Croeira pelos Beijuenses, uma maneira de provocação aos
conterrâneos, que por sua vez não perdiam a oportunidade de insultar a turma do
beiju.
Mas graças a Deus isto faz parte
do passado, vivemos em harmonia, ficando apenas as histórias a ser contadas aos
mais jovens, que muitos nem acreditam.
Hoje existe outras Virgolândias , a da política que nunca pensa na totalidade do povo, as igrejas que cada
uma puxa a sardinha para sua brasa , e por ai vamos todos, até tudo acabar e
irmos da mesma maneira , acabar da mesma
maneira e de repente, destinos diferentes.
Obrigada meu irmão, por trazer até JF, lembranças de minha cidade natal.Só assim para suportar a ausência da família. Beijos.que Deus lhe dê forças para continuar nos dando alegrias com suas história um pouco pitorescas.
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